Como tudo começou

Sempre me perguntam como tudo começou, de onde surgiu a ideia do FikaConversas. Pois bem. Há um pouco de acaso, se é que você acredita em acaso, nesta história.

Eu estava viajando com amigas de longa data quando, visitando a lojinha de um museu, vi uma caixinha que me chamou a atenção. Trazia cartões com palavras de várias línguas para as quais não há tradução. Saudades, do nosso português, fazia parte da seleta.

Assim que nos sentamos numa mesa de café, propus que cada uma de nós pegasse uma palavra, aleatoriamente, de dentro da caixa. Como aqueles papagaios que tiravam papeizinhos da gavetinha dos realejos da sorte, cada uma tirou um cartão.

Qual a minha palavra? Fika.

Descobri que Fika era a pausa para o café, uma pausa para trocar ideias, justamente o que estávamos fazendo ali, naquela hora. E que gostoso que era! Fika é um termo sueco e na Suécia incentiva-se momentos assim: “você não deve discutir questões de trabalho, mas conversar prazerosamente com seus colegas e conhecer aqueles que estão acima ou abaixo na hierarquia. É a democracia e a comunidade numa bebida”, dizia o texto.

Sempre gostei de jogos. Sempre gostei de palavras e sou do tipo que procura o significado nos dicionários. Por semanas o Fika ficou comigo, reverberando na memória. De repente me peguei listando palavras que estão circulando no mundo hoje, algumas novas, outras revisitadas. Fui jogando uma aqui, outra ali, nas rodas de conversa. Constatei que muita gente não tinha ideia do que significavam. Palavras também evoluem. E nada melhor do que um momento Fika pra se inteirar delas.

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Tipiti Simonsen Barros é a fundadora do FikaConversas.