FikaConversas na Veja São Paulo

Compartilho com você este texto que escrevi para a coluna A Tal Felicidade, da revista Veja São Paulo, onde conto um pouco da minha jornada de descoberta do universo encantador das boas conversas! Leia na revista, clicando aqui, ou na transcrição abaixo.

 

UM MISTÉRIO A SER DESVENDADO

Sabe aquelas descobertas que fazemos na vida e que revelam um mundo paralelo que não tínhamos ideia que existisse, mas faz todo o sentido para você? Aconteceu comigo no universo da arte das conversas.

HORA DE MUDAR TUDO

Após vinte anos trabalhando na área de marketing e novos projetos em uma empresa joalheira, saí de lá pensando como faria para me manter atualizada. Vi-me cercada por novas palavras, incluídas no vocabulário como forma de dar conta das mudanças internas e externas pelas quais passamos. Novos tempos, novas palavras para nos acudir.

EXERCÍCIO DE FALAR E OUVIR

Não bastava entender o significado das palavras. Eu queria exercitá-las, compartilhar seus significados e promover encontros reflexivos. Foi assim que deparei com o universo paralelo e mágico das técnicas de conversas, que não havia aprendido na escola, na faculdade ou em casa mas fazem toda a diferença na qualidade de nossas relações pessoais, em grupo, nas corporações e podem mudar o mundo!

DIFERENÇAS NEM TÃO SUTIS

Uma das coisas que eu não sabia que não sabia (assim mesmo, não sabia que não sabia) é que dialogar é diferente de discutir ou debater. No diálogo, visamos a estabelecer relações, compartilhar ideias, abrir questões, compreender e aprender. Debates ou discussões visam a fechar questões, convencer, demarcar posições, persuadir e ensinar.

FOCO NO QUE RESOLVE

Bons diálogos geram conversas efetivas. Escutamos de verdade e estamos predispostos a ouvir sem interromper, livres de preconceitos ou julgamentos prévios, acreditando que a conversa vai nos trazer algo novo, podendo até modificar nossa opinião e ponto de vista. As conversas pontuam e promovem a aceitação das diferenças.

A CONVERSA VIROU PROFISSÃO

Em quase dois anos do FikaConversas, já conduzi mais de oitenta encontros em empresas, entidades ou residências. Hoje sei que não sei (assim mesmo, sei que não sei) muitas outras coisas. Mas sei que falo menos e escuto mais e que tenho melhorado a qualidade da minha escuta.

DOIS OUVIDOS, UMA BOCA

Descobri que a escuta ativa e palavras de bom ânimo ativam a oxitocina, hormônio responsável, entre outras funções, por desenvolver empatia e apego entre as pessoas. As conversas são ferramentas poderosas e acessíveis de conexão.

DEIXAR O CELULAR DE LADO

Minha aventura entre palavras e seus significados me levou a pensar num dicionário que depois se transformou numa Caixeta de Palavras, para ser usada em rodas de conversas por qualquer pessoa que queira receber um grupo. Cada participante troca o celular por uma palavra (sim, precisamos praticar a liberdade em relação ao celular!), lê e comenta, depois ouve os comentários dos demais.

SILÊNCIO, POR FAVOR

Nessas rodas, descobri que o silêncio, um espaço entre falas, faz parte da conversa. E que, para vivermos de forma melhor, precisamos, primeiro, resgatar a arte do convívio e da aceitação — a arte das boas conversas. Vamos praticar?

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Tipiti Simonsen Barros é idealizadora do FikaConversas, projeto que tem como propósito humanizar ambientes corporativos, resgatar as (boas) conversas e ampliar visões de mundo.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 13 de novembro de 2019, edição nº 2660.

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