Já ouviu falar em antifragilidade? Sabe por que ela é fundamental?

Em 2012, Nassim Nicholas Taleb cunhou o termo “antifrágil” para designar aquele/a que é capaz de melhorar diante do inesperado, de evoluir com o caos. Diferente da resiliência, que faz com que a pessoa permaneça a mesma após o choque, a antifragilidade é a qualidade de mudar e de se aprimorar em meio às adversidades.

Inspiradas nesse conceito e com base em nossos estudos, surgiu o Radar da Antifragilidade, uma ferramenta disponível para ajudar empresas, pessoas e organizações. Composto por 8 dimensões criativas norteadoras, o Radar da Antifragilidade permite avaliar os caminhos pelos quais estamos navegando e identifica quais mudanças de rota podem nos beneficiar para sairmos ainda melhores de momentos turbulentos e incertos como os atuais.

São estas as 8 dimensões criativas para inovar, reinventar e se tornar antifrágil no contexto presente:

  • Propósito alinhado com as ações
  • Posicionamento ideológico claro
  • Regeneração socioambiental
  • Mentalidade digital
  • Interdependência e colaboração
  • Novas conexões criativas
  • Diversidade como potência
  • Prontidão para disrupção.

Essas dimensões compõem um quadro (imagem abaixo) que funciona como guia para quem, entendendo o contexto em que estamos, busca encontrar o poder da antifragilidade, ou seja, prosperar e evoluir com o caos do contexto em ruptura. Esses sinais funcionam tanto em conjunto como separadamente e você pode traçar a sua rota começando em qualquer ponto.

 

As 8 dimensões criativas captadas pelo Radar da Antifragilidade:

  1. MENTALIDADE DIGITAL

A tecnologia avança mais rápido do que nunca e a transformação digital virou um imperativo: se sua ideia ou negócio não tem presença digital, ou ainda não está – de alguma maneira – na economia digital, você está em um lugar de fragilidade. Sim, é importante fazer as pazes com a tecnologia e abraçar tudo o que ela tem a oferecer!

Mas não se trata de digitalizar a mesmice, e sim de implementar uma nova mentalidade, uma maneira nova de pensar e de fazer acontecer um negócio, uma marca, um projeto no mundo, aumentados pela tecnologia.

 

  1. INTERDEPENDÊNCIA

Declare sua interdependência! Pandemias são fenômenos interdependentes e a colaboração é a sua linguagem. O vírus não reconhece fronteiras e salta facilmente por cima dos muros e das castas, expondo a vulnerabilidade de um sistema individualista, centrado no capital. Precisamos mudar esse sistema operacional rapidamente, pois ele é frágil e não nos protegerá dos desafios do futuro, resultado de nossos próprios erros do passado. Cooperação, cocriação, coopetição, um por todos e todos por um, isso é antifrágil.

 

  1. DIVERSIDADE COMO POTÊNCIA

A pandemia elevou a nossa consciência sobre a desigualdade humana, abrindo nossos olhos para como nossa história e nossas estruturas estão associadas a formas de opressão que são constantes no tempo. Estamos ainda no estágio inicial de reformular nossas políticas, nossa economia, nossas relações sociais, afetivas e nossas mentes. E é aí que mora a oportunidade: podemos transformar esse desafio em uma poderosa fonte de renovação criativa.

Há algum tempo começamos a falar sobre a importância da diversidade, no sentido da representatividade. Rapidamente, essa ideia evoluiu para Diversidade e inclusão, pois, como disse Vernā Myers “diversidade é chamar para a festa. Inclusão é tirar para dançar”. A chamada do momento é a diversidade como potência criativa, o que significa que devemos partir de diferentes vivências, pontos de vistas e experiências no âmbito da estratégia criativa e da inteligência das organizações.

O mundo é feito de diversidade, é justamente ela que o torna tão rico e complexo. Entender a diversidade como potência também faz com que sejamos menos rígidos, menos fechados, menos frágeis.

 

  1. CONEXÕES CRIATIVAS

Nunca se falou tanto sobre criatividade e, de fato, ela nunca foi tão fundamental, afinal, estamos em pleno job de reinventar o futuro. Ser criativo passa por perceber o mundo de novas maneiras e fazer conexões entre fenômenos aparentemente não relacionados, para gerar soluções inovadoras. A criatividade é, portanto, uma força combinatória diretamente ligada à quantidade e à variedade de seu repertório interno – acumulado ao longo de sua vida – e externo – ligado à amplitude e à diversidade de sua rede de referências.

O mecanismo é simples: quanto mais você conecta e combina referências e lógicas, mas criativo você se torna. Conexões estimulam a criatividade. E criatividade promove conexões. Steve Jobs já falava: “Creativity is just connecting things”. Abrir-se para o novo é um ponto central para enxergarmos aquilo que não é óbvio, através de novas lentes que desenvolvemos para solucionar problemas velhos e novos.

 

  1. REGENERAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

O contexto da retomada é o da pós-sustentabilidade, que demanda ação urgente e simultânea diante das emergências climática, social e humanitária intensificadas pela pandemia. Segundo a Cruz Vermelha, até 2050, o número de pessoas que precisarão de assistência humanitária dobrará por conta das mudanças climáticas e desastres associados.

Não há como dissociar o social do ambiental e não há como simplesmente fechar os olhos e nos isentarmos. A ideia da sustentabilidade fica ultrapassada diante desse cenário, pois sugere que ainda é possível preservar práticas que supostamente não “aumentam o problema” ou mesmo terceirizar a responsabilidade para outros atores da cadeia de valor.

Na pós-sustentabilidade, assumimos que já estamos muito além na degeneração das condições de vida no planeta e buscamos recompor, corrigir, regenerar. A antifragilidade reside na habilidade de pensar em nosso impacto socioambiental e nas medidas que podemos tomar para auxiliar nesse processo de regeneração urgente. Os dados são abundantes e estão na cara de nós todos. Não há mais tempo. Não há mais desculpa.

 

  1. POSICIONAMENTO IDEOLÓGICO CLARO

Além de um propósito bem delimitado, seu posicionamento ideológico também precisa ser claro. A verdade é que a estratégia de neutralidade não existe, pois, mesmo quando decidimos nos isentar de algo, estamos fazendo uma escolha com base em pressupostos e ideias prévias ou até consentindo com situações inaceitáveis no contexto atual.

É importante assumir um posicionamento perante questões sociais como equidade de gênero, diversidade, bem como questões ambientais, econômicas, políticas e tantas outras colocadas atualmente para os líderes, seus negócios e marcas. Ter um posicionamento claro para si e também comunicar isso amplamente, para dentro e para fora da empresa, transmitirá confiança aos stakeholders; todos saberão com quem estão lidando, o que esperar. Consequentemente, há mais segurança nas decisões.

 

  1. PROPÓSITO ALINHADO COM AÇÕES

Suas intenções e seus objetivos devem estar de acordo com a forma como você age. É fundamental sair do storytelling para o storydoing, ou seja, não apenas contar histórias, mas realizar essas histórias. A ideia é ir além de boas intenções, criando um plano tangível e prático que alcance resultados reais. A jornada da antifragilidade começa com alinhar seu propósito às suas ações, trazendo coerência, gerindo com transparência e consistência no tempo. Essa é uma discussão estruturante para a pauta do ESG e associamos esta dimensão do Radar da Antifragilidade ao “G”, de governança.

Qual é o seu intuito ao exercer um trabalho ou idealizar um projeto? Os passos que você pretende tomar ou os caminhos pelos quais deseja navegar estão alinhados com esse intuito? Para se tornar antifrágil, não adianta fazer proposições ou discursos sobre algo que você não pensa em realizar efetivamente. Isso é totalmente frágil e se quebra num piscar de olhos.

 

  1. PRONTIDÃO PARA A DISRUPÇÃO

Uma coisa é certa: mais mudanças drásticas irão acontecer. E quando você achar que as coisas se estabilizaram, vai se deparar com mais uma turbulência. O contexto atual é incerto, randômico, acelerado e exige prontidão para a disrupção como um estado de espírito. Não importam os planos e cenários que elaborarmos, seremos convidados a mudar e a mudar e a mudar mais uma vez. Por isso é urgente desenvolvermos novos modelos de pensamento, para reimaginarmos futuros mais desejáveis.

Navegar nesse caos é estar disposto a experimentar, aprender e desaprender, continuamente. Resistir às mudanças e ficar tentando se agarrar àquilo que conhecemos ou planejamos é uma posição de muita fragilidade. O contexto atual pede para que usemos a mudança como um energético, em vez de temê-la.

A antifragilidade passa por essa super inteligência contextual, que nos permite aproveitar a propulsão da turbulência ou mesmo pivotar em direção a outros ventos. A lógica, aqui, é a das mudanças rápidas, da mentalidade beta, da flexibilidade e da agilidade, entendendo o agora em toda sua volatilidade e utilizando a descontinuidade para evoluir e, assim, prosperar.

 

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