Estive ouvindo Regina Casé no Festival Path, um evento sobre inovação (aqui, um parêntesis: inovação não se refere só a tecnologia, mas a qualquer área), que reuniu muita gente, de todas as idades, em SP.
Regina falou sobre o tema “Não tenho mais idade!” e jogou para a plateia o desafio de criarmos um termo para definir aqueles que, como ela, não se enxergam com a idade que têm. E nem querem ser enquadrados cronologicamente.
Regina tem 64 anos, mas diz se sentir como um menino negro de 16 anos. Tem um filho de 5 anos, portanto está em contato com mães na faixa dos 30, convive muito com a filha de 28 e por pura inquietude gosta de música e programas “jovens”. Chamou isso de “enlouquecer o algoritmo”, já que sob nenhum aspecto se comporta ou se sente com a idade que tem e nem corresponde aos estereótipos traçados para essa faixa.
Você passa os primeiros 20 anos de sua vida construindo o que quer ser. Depois, dos 20 aos 40, você é o que quer ser. E a partir disso, sua vida se resume ao que você foi. Por que? Quem disse que tem que ser assim?
Há preconceito, diz Regina, com a idade. Somos todos contemporâneos, não tem essa de classificar por idade, complementa.
Qual seria o termo para expressar a não-idade? Usamos Ageless – mas é em inglês. No português, diz Regina, a tradução seria Ageismo. Mas… convenhamos, esse é um termo péssimo, lembra doença, alcoolismo, tabagismo. Regina sugeriu Transidade, afinal vivemos num mundo onde tudo é trans: transexual, trans-humanidade, transgênero, transgênico.
Alguém arrisca um palpite?